sexta-feira, 3 de julho de 2020

O turismo global pode perder US$ 1,2 trilhão, ou 1,5% do PIB mundial, se a interrupção de viagens e outras atividades no setor durar quatro meses por causa da pandemia da COVID-19. A estimativa foi divulgada pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) em relatório publicado nessa quarta-feira (1).

A UNCTAD alertou que a perda poderia chegar a US$ 2,2 trilhões, ou 2,8% do PIB, em um cenário intermediário de freio no turismo internacional por oito meses.

No cenário mais pessimista, com a persistência da suspensão das viagens e estadias por 12 meses, o órgão da ONU estima que o prejuízo aumentaria para US$ 3,3 trilhões, ou 4,2% do PIB global.

O turismo é a espinha dorsal das economias de muitos países e o meio de sobrevivência para milhões de pessoas em todo o mundo, tendo mais do que triplicado – de US$ 490 bilhões para US$ 1,6 trilhão – nos últimos 20 anos, segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT). Mas a COVID-19 interrompeu este crescimento, causando graves consequências econômicas em todo o mundo.

Medidas de lockdown adotadas em muitos países, restrições de viagens, reduções na renda disponível dos consumidores podem desacelerar significativamente a recuperação do setor. Mesmo o turismo recomeçando lentamente em alguns locais, ele permanece parado na maioria dos países.

“Esses números são um lembrete claro de algo que muitas vezes esquecemos: a importância econômica do setor e seu papel como meio de sobrevivência para milhões de pessoas em todo o mundo”, disse a diretora de comércio internacional da UNCTAD, Pamela Coke-Hamilton.

“Para muitos países, como os pequenos estados insulares em desenvolvimento, um colapso no turismo significa um colapso em suas perspectivas de desenvolvimento. Isso é algo que não podemos lidar”, acrescentou.

Os países em desenvolvimento podem sofrer as maiores perdas do PIB. A Jamaica e a Tailândia sofrem prejuízo de 11% e 9% do PIB, respectivamente, no cenário mais otimista das estimativas da UNCTAD. Outros países – como o Quênia, Egito e Malásia – podem perder mais de 3% de seu PIB.

A UNCTAD também mostrou que destinos populares da Europa e da América do Norte, incluindo França, Grécia, Itália, Portugal, Espanha e Estados Unidos, podem sofrer perdas de bilhões de dólares devido à queda drástica no turismo internacional.


Informação: Nações Unidas 

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