A culminância do Projeto Contos, desenvolvido pelo Centro Socioeducativo de Internação Provisória Canaã (CSIPC), da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), contou com a apresentação dos adolescentes com exposição de contos, leitura e do relato de como se deu o processo de criação, o que encantou todos os presentes. A prática tem a intenção de fomentar o trabalho em grupo e aproximar as pessoas. 

A unidade desenvolveu o projeto como proposta da atividade de escolarização, desenvolvido no período de pandemia, com o objetivo de instigar nos adolescentes o senso crítico, a criatividade, expressão e linguagem. De acordo com a coordenadora técnica do Canaã, Mireya Matos, a atividade foi alinhada às atividades de escolarização, suspensas por conta da pandemia. 

“A equipe do Canaã resolveu ousar e trabalhar o processo criativo para que os adolescentes pudessem construir contos, sejam eles fictícios ou relacionados à vida deles. É uma forma de transformar os olhares sobre eles, um modo de ver muito além do ato infracional cometido. A adesão dos adolescentes foi muito importante”, comenta Mireya Matos.

Uma das idealizadoras do Projeto, Wilne Moraes, que é psicóloga e também escritora ressalta os desafios para inserir todos os participantes e a felicidade de poder desenvolver a atividade. 

“Tivemos que encontrar estratégias para os adolescentes que não sabiam ler ou apenas chegaram ao ensino fundamental e que não adquiriram o hábito da leitura, que participaram por meio de desenhos. Eles entenderam e gostaram muito do projeto. Outros adolescentes que passaram por aqui tiveram a oportunidade de também produzir cordel. Foi um momento bastante ousado e eu me senti bastante privilegiada em acompanhar esse projeto sobre contos. Que possamos repetir isso em outras turmas, com outros adolescentes”, afirma.

“Este é um projeto que pretende estimular o gosto pela leitura de cada um dos adolescentes que cumpre medida cautelar, para aproximá-los cada vez mais desse mundo mágico, que estimula a criatividade, o senso crítico, e possibilita muitas alternativas pedagógicas dentro do eixo da escolarização”, complementa Wilne Moraes.

A socioeducadora Cleane Costa fala do papel de garantir o direito fundamental, que é a educação. “Esses são alguns resultados que colhemos com orgulho, não há nada mais bonito do que a leitura, e poder oferecer isso de forma lúdica e eficiente nos dá a garantia de um trabalho pedagógico bem feito na socioeducação, que os protagonistas possam construir uma nova história”, conta Cleane Costa.

Um dos participantes pontuou a importância do projeto na vida dele e diz ainda que aprimorou o que aprendeu na escola, além de destacar a importância dos profissionais da área educacional. “Para mim foi uma excelente experiência. O conto que eu recitei fala do outro ser humano. Na vida, nada é fácil e temos que lutar. Só plantamos o que colhemos. Tivemos o apoio de toda equipe. A melhor base é a educação, os professores tem um papel essencial na formação de todos, pois são eles que formam os outros profissionais”, destaca.

O diretor do CSIPC, Márcio Roberto, parabenizou toda a equipe envolvida no projeto.  “O resultado é o fruto do compromisso de todos. Os adolescentes são muito capazes e acreditam em dias melhores, com novas perspectivas de vida. Queremos agradecer a todos os que vieram prestigiar a culminância da atividade”, diz.

Informação: MA.gov