sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou, na quarta-feira (19), que o ano passado se juntou à lista dos sete anos mais quentes já registrados. Além disso, foi também o sétimo ano consecutivo no qual as temperaturas globais ficaram 1ºC acima dos anos pré-industriais, chegando próximo ao limite estipulado no Acordo de Paris de 2015.

Apesar da média da temperatura global ter sido congelada temporariamente entre 2020 e 2022 por conta do La Niña, 2021 continuou sendo um dos sete anos mais quentes da história, segundo os dados da organização.

Há uma expectativa de que o aquecimento global e outras tendências de mudanças climáticas de longo prazo continuem como um resultado da presença, em níveis recordes, dos gases de efeito estufa, que retêm calor na atmosfera.

A temperatura média global em 2021 foi de cerca de 1,11ºC acima dos níveis do período pré-industrial. O Acordo de Paris determina que todos os países se empenhem em limitar o aquecimento global até o limite de 1,5ºC. Isso será feito por meio de ação climática conjunta e das Contribuições Nacionalmente Determinadas realistas – os planos nacionais individuais que precisam se tornar realidade para diminuir a taxa de aquecimento. 

A OMM afirmou que usou seis bases de dados internacionais para garantir o estudo mais abrangente e confiável a respeito da temperatura. Os mesmos dados são usados no relatório oficial anual sobre o estado do clima.

De acordo com a agência, desde 1980, cada década tem sido mais quente que a anterior - uma tendência que deve continuar.

Todos os sete anos mais quentes da história foram a partir de 2015, sendo o top três: 2016, 2019 e 2020. Um evento excepcionalmente forte do El Niño aconteceu em 2016, o que contribuiu para o recorde da temperatura média global.

O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, declarou que os eventos seguidos de La Niña significam que o aquecimento em 2021 foi relativamente menos acentuado em comparação com os anos recentes. "Mesmo assim, 2021 ainda foi mais quente que os anos precedentes ao La Niña”, ressaltou.

Tendência inequívoca - Petteri Taalas também falou que “o aquecimento de longo prazo, devido às emissões de gases, tem sido muito maior do que a variação anual das temperaturas médias globais, causadas por fatores climáticos.

"O ano de 2021 será lembrado por temperaturas recordes de 50°C no Canadá, por chuvas excepcionais e por enchentes fatais na Ásia e na Europa, além de secas na África e em partes da América do Sul. Os impactos da mudança climática e de perigos ligados ao clima tiveram impactos arrasadores nas comunidades de todos os continentes”, afirmou o chefe da agência meteorológica da ONU.

Outros indicadores chaves do aquecimento global incluíram a concentração de gases de efeito estufa, índice do calor dos oceanos, nível de pH dos oceanos (níveis de acidez), nível global dos oceanos, massa glacial e extensão das calotas de gelo.

A OMM utilizou bases de dados desenvolvidas e mantidas pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), pelo Goddard Institute for Space Studies (NASA GISS), pelo Met Office Hadley Centre do Reino Unido, pela Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia e pela Berkeley Earth. Essas bases são fundamentadas em dados mensais climatológicos de locais de observação e navios e bóias em redes marinhas globais.

A organização também usou conjuntos de dados de reanálise do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo e seu Serviço de Mudança Climática do Copernicus e da Agência Meteorológica do Japão.

A agência explicou que o valor das temperaturas será incluído no relatório final do Estado do Clima de 2021, que será publicado em abril de 2022. Ele irá referenciar todos os indicadores chaves sobre o clima e impactos climáticos específicos e vai atualizar o relatório provisório feito em outubro de 2021 antes da COP26.

Informação: Nações Unidas 

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