quinta-feira, 4 de abril de 2019

A Casa do Maranhão, equipamento cultural do estado vinculado à Secretaria da Cultura (Secma), realiza programação cultural no mês de abril com o tema ‘Os Povos Indígenas e o Espaço Museal: Um resignificar de práticas sociomuseológicas frente aos saberes e fazeres tradicionais’. A programação conta com exposições, roda de conversa e outras ações culturais e educativas nos espaços da Casa, localizada na Praia Grande, centro histórico de São Luís.

As atividades começaram segunda-feira, 1º, com a roda de conversa “Wyra’u Haw – O Grande Mito”, conduzida por Genilson Guajajara, Tekwé e Antônio Francisco de Sousa, Kawarahy, líderes das terras indígenas Rio Pindaré, Piçarra Preta e Tabocal. Os dois são formados em audiovisual pelo programa Vídeos nas Aldeias, por meio do qual foi realizado curta que registra a festa de iniciação do menina e menino Guajajara.

O evento está sendo realizado em parceria com o Coletivo Pinga Pinga Guajajara, a Rede de Educadores em Museus do Maranhão e apoio da Ong Justiça nos trilhos e o do Instituto Sociedade Patrimônio Natureza.

“O objetivo da programação é desmistificar a figura do indígena como algo romântico, exótico com importância apenas folclórica para a cultura. Trata-se de um momento de narrar a história que os livros não contam”, explicou o diretor da Casa do Maranhão, Iguatemy Carvalho.

Exposições – A programação conta ainda com abertura, no dia 9 de abril, de duas exposições temporárias.

A exposição fotográfica ‘Wyra’u Haw – A grande festa’, retrata o ritual do povo indígena Guajajara, quando a menina entra no ciclo menstrual pela primeira vez e o menino entra na puberdade, na localidade de Piçarra Preta, da Terra Indígena Rio Pindaré, do município de Bom Jardim. Os trabalhos foram realizados pelo coletivo de comunicação Pinga-Pinga formado por jovens de comunidades afetadas pela atuação da empresa Vale no corredor Carajás e pela rede Justiça nos Trilhos, que atua na defesa dos direitos dessas comunidades.

A outra mostra fotográfica tem como tema, “Festas Guajajaras: Expressões da Resistência de Um Povo”. Trata das Festas do Moqueado e a Festa do Rapaz, realizada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, IFMA – Campus Grajaú, como parte do Projeto PIBIC EM “Contos, mitos e lendas da região de Grajaú”, compreendendo três terras Indígenas diferentes: Canabrava, Arariboia e Bacurizinho.

As duas mostras irão interagir com a exposição permanente da Casa “Saberes Tradicionais e Etnografia”, idealizada em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Cartografia Social e Politicas da Amazônia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), visando fortalecer o patrimônio cultural de povos e comunidades tradicionais na Pré-Amazônia e Amazônia compreendendo as comunidades indígenas dos Tremembés, Tikuna, Juruna, Kokama, Sateré, Guajajara, entre outros.

Além das exposições, a Casa do Maranhão realizará a atividade educativa ‘Oca contemporânea’. “Nesta ação pretende-se construir uma oca cenográfica com todo um contexto de elementos que expressem a importância da relação entre as tradições e os avanços da modernidade em prol de melhores condições de vida para o homem com o foco principal em valorizar a cultura indígena”, informou o diretor da Casa do Maranhão, Iguatemy Carvalho.

Também serão exibidos curtas e documentários sobre cotidiano das comunidades indígenas assim como visita mediada pelas demais exposições da Casa.

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