sexta-feira, 26 de abril de 2019
Para fazer um prognóstico de 2019, sobre a hotelaria maranhense, o blog do Cazumbá, conversou com o Sr. João Antônio Barros, empresário de São Luís, presidente da ABIH/MA, sobre a participação dos hoteleiros maranhenses no CONOTEL 2019 entre outras.


Jornal Cazumbá – Qual a importância do Congresso Nacional de Hotéis - CONOTEL 2019 para hotelaria do Maranhão?

João Antônio - É de suma importância, porque o CONOTEL traz para a hotelaria e todos os outros envolvidos as novidades, mudanças que todos precisam ter conhecimento para melhor gerir seu negócio e, também saber o que vem ser alterado na lei geral do turismo. É também o momento de conversar com todo trade nacional, é a integração, porque turismo é um elo que envolve muitos atores.

JC – Nas últimas edições do CONOTEL, a delegação do Maranhão tem sido uma das maiores. Qual será a participação este ano na edição que vai acontecer em Goiânia? 

JA – Estimamos a participação de no mínimo 30 pessoas, entre empresários hoteleiros, técnicos e imprensa do Maranhão. Uma participação menor que a edição passada em Fortaleza (CE), devido a distância de Goiânia, sede deste ano.

JC – A ABIH/MA tem apoio de alguma entidade para participar deste evento?

JA – Sim! Temos o apoio imprescindível do SEBRAE. Este é um parceiro fundamental para que o turismo se desenvolva no Maranhão, principalmente depois que Dr. Edilson Baldez presidiu a entidade e criou a comissão de turismo dentro do SEBRAE e, isso tem nos ajudado, fazendo com que levamos no mínimo 30 participantes de São Luís e Barreirinhas. 

JC - Você falou parceria SEBRAE, e os outros atores que fazem turismo do maranhão, como a secretaria de turismo do Estado?

JA – Recentemente tivemos uma mudança de secretário de turismo no Estado, e estamos indo ter uma primeira conversa com o atual gestor da pasta para conhecê-lo e falar de turismo, falar da nossa pretensão em captar a edição de 2021 do CONOTEL para o Maranhão e, precisamos do apoio do Estado para esta realização.

JC – Toda economia do País vive um momento nada bom e na hotelaria não é diferente. Como tem sido essa realidade no Maranhão?

JA – Entendemos que o turismo é dinâmico e requer esforços de todos. O país está passando por uma crise, o Maranhão também sofre as consequências. Mas, vamos nos reunir com o governador, numa agenda positiva sobre o turismo. Nós acreditamos que a crise se debela com trabalho, o governo está trabalhando. Nós estamos vendo a ampliação da Avenida Litorânea, melhoramento na área de esgotamento sanitário da Ilha. O Estado também está investindo em outros setores, o grande problema que São Luís é uma cidade que não tinha praticamente nada de infraestrutura turística e o turismo praticado aqui muito amador e esse amadorismo nos trouxe muitos problemas, que estão sendo trabalhados agora.

JC – Como tem sido a vida do hoteleiro depois do Airbnb?

JA – Tem sido uma lástima. O Airbnb tem criado sérios problemas para hotelaria no mundo todo e aqui não poderia ser diferente, mas nós temos que nos reinventar dentro da hotelaria, e um dos temas no CONOTEL é mostrar como enfrentar esses desafios dentro dos hotéis.  

JC – Hoje há diálogo entre as entidades do trade e poder público nas tomadas de decisões sobre o turismo do Estado?

JA - Estamos conversando. Até bem pouco tempo os gestores das instituições eram muito afastados do poder público e, as decisões vinham sempre de cima pra baixo, mas, nós estamos reaproximando para rediscutir o setor, que tem muitos entraves.

JC – Cite um destes?

JA – A carga tributária que incide sobre os empresários é muito alta e, a hotelaria é mais ainda. Tem hotel em São Luís, que paga só de taxa de iluminação pública por mês, o valor que daria para comprar um carro popular. Então, como fazer um turismo racional com essa carga? Nós sabemos que a cada dez emprego no mundo, um é turismo, e nós temos que nos apropriar desta realidade. A vocação natural da Ilha é o turismo em todas as suas vertentes. Aqui não podemos ter grandes indústrias.

JC – Qual a saída?

JA - São Luís tem dois vetores de desenvolvimento, um é o Turismo, e o outro é o Porto do Itaqui. Temos que desenvolver o turismo na cidade de São Luís. Tudo converge, Centro Histórico maravilhoso, Praias belíssimas, culinária de sabor único e cultura sem igual, só falta uma maior integração entre poder público, empresários e trabalhadores do turismo, numa sinergia que faça acontecer numa dependência menor do poder público para que a gente possa desenvolver o turismo.

JC – Como têm sido tomadas as decisões do setor, uma vez que não existe mais o Convention Bureau, que agregava todas as entidades sobre um único guarda-chuva?

JA – Ressentimos a falta e extinção do São Luís Convention & Visitors Bureau, mas, hoje nós temos os Conselhos Estadual e Municipal de turismo, aonde temos que discutir as problemáticas e decisões do turismo, também é o momento de conversa entre o poder público e iniciativa privada.

JC – O assunto do momento é a parceria entre Brasil e Estados Unidos da América – USA, sobre a utilização da base de Alcântara. A hotelaria maranhense pode ser beneficiada com essa parceria?

 JA – Pode sim, mas não é só essa parceria que pode melhorar as taxas de ocupação hoteleira. Há vários outros setores que vai nos ajudar, como a melhoria da malha aérea de São Luís, a solução da despoluição das praias da capital, a não exigência do visto dos passaportes como já está sendo tratado pelo Ministério do Turismo, diminuição da carga tributaria que está matando os hotéis, entre outras amarras. Então não é só uma coisa, são várias e o setor tem conversado para tentar resolver, afinal não tem outra saída.

Foto: Divulgação/Internet

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